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sábado, 4 de abril de 2009

Amar, somente amando

Lava, alma minha, lava...

lave com água pura, cachoeira de cristal.

Lava com força!, lave tudo,

mas lave serena como tarde de primavera,

como cipó embrenhado em algum mundo no qual crescer.

Lave, alma minha,

com água límpida de nascente,

e leve consigo qualquer traço de dor,

leve logo o que me foi arrancado, deixe apenas o que se pode deixar.

Lava, alma minha,

me lave inteiro, me lave de acordo, me lave desfeito...

me lave como as antigas negras na pedra do rio.

A água escorre por minha testa,

tomando logo a face toda: Isso!

Enxurrada, dou-me todo.

Lava, alma, lava:

eu ficarei quietinho, prometo.

prometo. prometo. prometo.

Me lave como a mãe lava o filho pequeno, sorrirei ao mundo pra fingir ser criança.

a vida flui, e a flor mais bela é aquela ao alcance das mãos:

é somente esta que se pode cultivar.

minhas mãos tocam a terra úmida, sinto o corpo limpo.

Só se pode amar... amando.

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