Pesquisar este blog

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Fez-se

 
Fez-se mar, ou peixe, ou meteoro. Calaram-se as vozes inoportunas, os gritos secos e silêncios de censura. O grau da existência melhorou, diriam. Mas minha voz, se calando, padece; e a melhor existência possível não é a minha. A gente no mundo, pra ser agente, quanto sofrimento! Pra onde ir quando sonhos se perdem? Pra onde fugir se as palavras são desconexas?
Tenta-se né, ao menos. Não ouçam o que digo, não ouçam o que digo, mas me ouçam. Que de tanta desatenção me refundo. É uma ameaça, ou fato? Fosse ameaça me ouviriam, fosse fato já não escreveria.
Fosse papel somente...
Sua tez alva comoveu-me desde o primeiro instante. E eis que foi o primeiro do primeiro do primeiro. E mesmo num sem sentido romântico, ou mesmo por esse sem sentido todo sentimento que me apraz, tua presença faz-se luz, ou peixe, ou meteoro. Mas és senão um amontoado de fonemas pronunciados em minhas canções, és parca razão (ou toda razão) de minha estrada. Antes a estrada fosse deveras de minha posse, que eu mandava ladrilhar. Mandava logo colocar inclusive os anjos, e então a canção estaria perfeita.
Diga-me o que serias, e te direi quem és... o quanto foge, o quanto se aparta, o quanto espera. Diga-me por que não se faz e te direi quem sou.

Nenhum comentário: