Um bom motivo para retornar

E Schumacher de fato voltou, esta já não é uma grande nova. E voltou em grande estilo, numa equipe da própria Mercedes, as verdadeiras flechas de prata na pista. Equipe alemã, pilotos alemães, motor alemão – para mim nada em especial, mas para eles é algo quase que utópico, daí eu citar a carga simbólica. Bom, voltemos ao Schumacher. Muito se foi falado de seu retorno, sua paixão reacesa após três anos, a desnecessidade de um multicampeão colocar seu nome em jogo perdendo para a molecada, o fato de ter entrado num projeto da Mercedes e não de uma Campos, por exemplo.

Bom, o que me veio agora é que, afora as generalizações sobre a paixão pelas corridas, a molecada presente no grid é mais do que suficiente para colocar cor nos olhos de um esportista como o alemão...
Hamilton é um fora de série que já é campeão do mundo, ainda que eu valorize mais a temporada em que colocou Alonso no saco e perdeu o título. E está numa equipe campeã, vide a contratação do atual campeão formando uma dupla inglesa num time inglês. Mesmo Alonso, bicampeão mundial em cima do próprio Schumacher, não passa de um menino se comparadas as idades. E quando digo bicampeão do mundo estão implícitos a pilotagem refinada, a insistência em melhorar o carro (mesmo com aquele trambolho da Renault ano passado) e, o que mais prezo no espanhol, a garra. Ele busca sempre levar o carro ao limite, seja em primeiro ou oitavo colocado. É como se dissesse: “olha gente, sou foda... meu lugar de direito é lá na frente, e se por acaso não estou lá é porque vocês precisam fazer um trabalho melhor; estão esperando o quê?”. Um Schumacher em miniatura. E para apimentar, Alonso foi para... a Ferrari! Um campeão nato na maior equipe de f1 de todos os tempos, ocupando o lugar de ninguém menos que o próprio Schumacher.

Continuemos a lista. O que falar de Vettel? Vice campeão, parece ser destinado a ser campeão em algum momento. Lembra-me o Schumacher antigo, apesar de parecer pretensão. Fato é: ele é rápido. Junte-se a isto ser arrojado e agressivo em corridas, falta-lhe somente saber ajustar um carro ou, em outras palavras, ser aquele que chama pra si a equipe e carrega a responsabilidade, coisa que Schumacher faz com primazia. Nesta lista podemos colocar Rosberg e Massa, dois pilotos que já demonstraram seus talentos e estão ávidos pelo título, ainda que o favoritismo não recaia sobre eles. Do Massa eu já não duvido mais nada. Torço para que ele transforme seu potencial em título. Quanto ao Rosberg, tem talento, brio e estará no mesmo carro que Schumacher, portanto sendo o mais habilitado a teoricamente bate-lo. Vejamos.

Estes são os pilotos que na minha opinião brigarão pelo título. E brigarão com um novo sistema de reabastecimento (o fim dele, hauhaihaiuahiuah), que fará com que o mais rápido vença. E o mote deste texto: nenhum deles está ligando para o bicho papão alemão. Não vejo nenhum dos citados tirando o pé numa divisão de curva com o muticampeão. E isto, mais do que excitar a mim, um reles torcedor com seus achismos, deve excitar mesmo é o Schumacher. Ele já não é unanimidade nas pistas. Eis um bom motivo para um campeão retornar.