A chuva retunda no telhado. Eu não a contemplo. É uma chuva sinuosa, longa, insistente. Quando era pequeno não percebia a chuva, porque o Sol era mais forte, ou porque não tinha tristezas para serem levadas por ela....
O Sol sim: esse traduzia-me, a ânsia de viver um segundo mais, de brincar sem pensar no outro dia, de correr livre por mundos os quais enxergava as belezas, mundos às vezes meus somente, às vezes do resto da criançada que me cercava.
Éramos heróis e vilões. Brigávamos com o mundo, descobrindo razões.
Chorei várias vezes. Chorava como se fosse o último choro, até que minhas lágrimas se esgotassem.
E mesmo chorando, não combinava com a chuva. Porque depois que parava, uma nova vontade de viver insurgia-me à alma: era o Sol, mais ameno, convidativo.
Se acaso chovesse, uma chuva rápida, torcíamos para que tudo secasse rápido. Pois toda vez que o céu nublava nos sentíamos um pouquinho inseguros. Juntos, porém, a chuva não nos absorvia.
Aliás, não me lembro de alguma vez onde combatemos na chuva. Realmente, nossas condições de personagens estavam atreladas ao Sol. Imaginem só: uma perseguição de motos e naves sob chuva! - ou uma batalha com nossas pistolas de raios laser molhadas!
Eu não precisava da chuva. Tampouco a escutava. Meu refúgio era eu mesmo. Era maravilhoso.
O que mudou afinal?
O Sol sim: esse traduzia-me, a ânsia de viver um segundo mais, de brincar sem pensar no outro dia, de correr livre por mundos os quais enxergava as belezas, mundos às vezes meus somente, às vezes do resto da criançada que me cercava.
Éramos heróis e vilões. Brigávamos com o mundo, descobrindo razões.
Chorei várias vezes. Chorava como se fosse o último choro, até que minhas lágrimas se esgotassem.
E mesmo chorando, não combinava com a chuva. Porque depois que parava, uma nova vontade de viver insurgia-me à alma: era o Sol, mais ameno, convidativo.
Se acaso chovesse, uma chuva rápida, torcíamos para que tudo secasse rápido. Pois toda vez que o céu nublava nos sentíamos um pouquinho inseguros. Juntos, porém, a chuva não nos absorvia.
Aliás, não me lembro de alguma vez onde combatemos na chuva. Realmente, nossas condições de personagens estavam atreladas ao Sol. Imaginem só: uma perseguição de motos e naves sob chuva! - ou uma batalha com nossas pistolas de raios laser molhadas!
Eu não precisava da chuva. Tampouco a escutava. Meu refúgio era eu mesmo. Era maravilhoso.
O que mudou afinal?
Fevereiro 2006
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