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terça-feira, 11 de maio de 2010

Sobre mulheres

Parece que inevitavelmente depois das aulas de terça terei que escrever algo. Vamos ao de hoje: as mulheres contemporâneas. Constatação do pós aula: nossos valores foram revirados no século vinte (nossos no sentido amplo, já que já peguei os bixinhos se revirando no túmulo), inclusive os papéis condizentes até então dos homens e mulheres. O que seria hoje ser um bom pai ou boa mãe? Ou bom marido ou esposa? Complicado dizer, quando a revolta contra a entrada no mundo adulto é grande, vide os que não querem ter filhos e perpetuarem ou reproduzirem seus valores. Nunca nos consideramos preparados (dae me incluo), nunca achamos que valha a pena pela nossa individualidade (razoável, minha carreira fodona permeada de vida regada a prazeres mundanos - filosofia, mulheres, bebidas, viagens, e assim vai - não permite o doar-se ao outro, ainda mais um outro que é bonitinho até os dois anos somente). Bom, mas como pretendo ter filhos este não é meu problema. Talvez o do Rudah, mas isso veremos a médio prazo. 

Já sobre a relação homem mulher, parece ser do meu interesse.
E é bem resumido o lance: como uma mulher, que veio toda toda do feminismo e talz, extremamente competitiva e com funções que cada vez mais se ampliam, pode esperar do homem ao lado proteção? Seja proteção emocional, financeira, sexual, afetiva, e os etcs. da vida. Não dá, é contraditório. Mulheres do mundo, não me crucifiquem: não advogo aqui a um retorno das relações que tinham nossos avós. O mundo muda, a vida evolui, e assim vamos. Só atento para a impossibilidade de se ficar no meio termo: ou se é uma mulher independente, financeira e emocionalmente, que quer sua sexualidade atendida plenamente em todos os momentos da vida (rapazões de vinte, tem-se aí um nicho de mercado), e que não aceita uma figura igual sem que entre em competição, ou fica-se no modelo antigo, mulher dona de casa, educa os filhos e tem o homem como provedor. Friso, às mais radicais em interpretação (interpele uma mulher com algo que fira de certa forma seu "feminismo" e sinta o ódio mortal incutida nas suas cabecinhas pelas mães esclarecidas da década de setenta em diante): não estou eu aqui defendendo o retorno de uma sociedade patriarcal ou "mulheres à cozinha já"; somente colocando a discussão sobre o papel que cada um exerce hoje e suas consequências.

Tipo, se minha futura esposa tiver um puta salário, ser pró ativa, profissional que faz horas extras e precisar de mim pra dono de casa, mano, TAMU AEE! Ó, lavo, passo, cozinho, levo os piás na escola, tento uma educação meio gregária com eles, e ainda me resta um tempo para o kendo, para a filosofia e para tratar bem da provedora de recursos financeiros da casa. Mas o lance não é este. O lance é que há papéis a serem cumpridos, ou pelo menos havia. Se não há mais estes papéis, há que se colocar algo no lugar. As mulheres querem ocupar o espaço que antes eram somente de homens, ótimo. E quem exerce o papel que elas exerciam na família, seja como mãe ou esposa? E os homens, que foram educados para exercer o papel de provedor da casa e sustentáculo no sentido geral e acabam tendo que dividir este papel? Como agir? Não é uma crítica, só uma dúvida. 

Porque no fundo, não há dois machos dominantes na mesma matilha. Como isso pode soar meio ruim aos ouvidos sensíveis dos politicamente corretos, traduzamos: não há numa relação a dois senão uma relação de complementaridade e respeito. Quando dois iguais se cruzam no caminho, há necessariamente uma disputa. Das duas uma: ou as mulheres decidem logo entrar no século vinte um e parar de exigir proteção para serem aquelas que dão esta proteção e satisfazer seu novo papel, ou os homens que procurem mulheres bem mais novas, pra ver se a experiência contorna o ímpeto feminino de ocupar todos os lugares possíveis do universo. 

Três observações:

1 - adoro o lance do feminismo e tudo mais. Inclusive não me agrada a ideia de ver minhas irmãs dependentes de seus respectivos maridos, ao menos financeiramente. Se o cara se mostrar um mal sujeito, dê-se um pé na bunda e exerça-se a liberdade sem que tenha que ficar pensando em como viver ou como criar os filhos. Há beleza em mulheres independentes, ou que assim almejam ser.

2 - o governo federal me banca para estudar e produzir algo de útil, não para confratenizar em papos sobre relações conjugais e sobre filosofia e sua validade (se pá este último seria o caso, em outros termos); então deixo bem claro que papos de aula aqui citados são exercidos no meio delas e após seu término. Ou seja, sim, eu estudo nessa joça, relaxa meu povo, tenho um reloginho interno que não me deixa esquecer o tempo que tenho para terminar minha dissertação. Se porventura não posto o resultado aqui, é somente porque interessaria ao rudah e ao thiaguinho, sendo otimista. Tá, o ciro, a liliam e o fabiano... mas fiquemos nisto.

3 - as indagações levantandas aqui não são originalmente minhas, são do professor em um papo de bar (que não foi num bar, frise-se). Como sou mais um rapaz dos perdidos com seus vinte e poucos anos que tem agora que deixar de ser expectador do mundo para passar a ser ator, e ae entra relação conjugal e paternal, além de um monte de outras responsabilidades que só vão acrescendo-se, achei válido postar aqui.

4 comentários:

Rudah A. L. disse...

Geez!!!

Primeiro: tudo bem que o texto foi mais ou menos informal e talz, mas não precisava escrever "bixinhos" com x.

Segundo: a parte que me interessaria me interessaria com letra maiúscula, assim como ao Thiaguinho. Mas tudo bem, eu compreendo a preguiça em digitar... hahahahahahahahhahahaha

Terceiro: se as mulheres estão tomando o lugar dos homens na sociedade, que o oposto tbm ocorra! Não que eu concorde com isso totalmente, mas seria o natural acontecer.

Quarto: não precisa se justificar tanto. Apesar de vc receber bolsa pra estudar, vc não precisa viver somente para isso. Todos os que conhecemos em comum acreditam que vc um dia terminará tua dissertação.

Daí em diante, só mais do mesmo. O lance é vc continuar e um dia encontrar uma mulher que saiba ser pá... Entendeu? Se não, eu tbm fiqeui meio confuso. Vai ver que não é um problema que me incomoda, por isso os comentários foram sobre coisas marginais ao texto.

De qualquer forma, continua assim que um dia Deus te recompensa. Ou a sociedade. Ou a tua mulher. Ou a história. Ou ainda alguém desconhecido. Ou sei lá...


Abraço!

Marco Fabretti disse...

puta merda, este foi o comentário onde vc usou mais palavras pra dizer absolutamente nada, com o agravante de botar um deus recompensador na história (eu adoro neh)... huahaiuhauihaiuha

que letra maiúscula o que piá, to falando da entidade rudah, que conheci lá no terreiro da segunda grelha de marialva! :p

sobre o terceiro ponto, cara, eu já lavo ropa e passo e faço comida... só falta aprender a fazer umas comidas mais requintadas e talz... o lance é a gente abrir uma clínica para homens em recuperação de sua auto estima de macho, hauahiuahiuah (eu realmente vo apanhar com estes textos).


abraços

silvana! disse...

A impressão que tive ao ler o teu post é a de que vc defende a idéia de que as mulheres contemporâneas não querem mais ser mulheres...querem ser homens! Pôxa Marco, mas que idéia... Eu não quero ser homem... só quero ser livre pra fazer minhas escolhas, decidir minha vida, poder trabalhar e ter a minha grana, meu carro, minhas opções (oque isso tem de tão estranho????) ... Não preciso de um gerente pra mim! De repente, essa função do homem é que ficou obsoleta... Ótimo pra nós mulheres...Ruim pra vcs??? Acho que não... ao que parece, vcs é que precisam encontrar um novo lugar ao sol, um novo papel diante desse novo cenário... acho que hj o dilema é mais de vcs homens do que nosso... Talvez esse seja o grande desafio do homem do século XXI.

Ps.: Hahahahhahahahah....

Marco Fabretti disse...

Cara, como assim não deseja ser homem?! Jurava que era o plano das mulheres do mundo... droga! hauihaiuhiuah

então dona silvana, ce tem razão em dizer que aos homens cabe achar seu próprio papel no mundo de hoje, mas eu ainda acho que a busca por papéis é de ambos os sexos... ou seja, sim, assumo, enquanto membro da raça masculina, estarmos meio perdidos, mas isto não implica que vcs lidem bem com aquilo que conquistaram e talz. Em que aspectos? hummm, difícil explicar... não falo da mulher silvana ou maria, é só uns lances meio gerais que no dia a dia nem influencia tanto.

E não, não proponho gerentes pra vida da muierada, hehe. Pelo contrário, as que precisam disso são modelos que quero meio distante... bem bem.

Ummm... e no geral, no final das contas um relacionamento não se pauta por quem ganha mais ou por quem é o macho alfa da dupla, apesar de ser a saída que a maioria dos homens encontra para lidar com esse deslocamento contemporâneo. Diria que seria segurança recíproca, em todos os sentidos, e isso só é possível com ambos terem vivenciado um amadurecimento que garanta a vida a dois. Na vida real, tudo é bem mais divertido e profundo, e esse deslocamento não impede a vivência pelos sexos opostos (óbvio, huahaiuhaiuhauia)... é só um tempero a mais.

e já nos finalmente, quanto ao suposto papel do homem, repito o texto: lavo, passo e cozinho, bem de boa, hauiahiuhauiaha

(ainda mais agora que descobri as máquinas de lavar e secar do carrefour... vida de dono de casa é o que há, hauihauihauiah)


te cuide