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domingo, 26 de setembro de 2010

Arrogância

Arrogância. Conversava com  o Cris sobre liberalização das drogas. Fomos parar num parâmetro que devesse ser comum e que poderia ser legitimamente imposto àqueles que queressem se auto destruir. A existência não é fácil, disse eu. No máximo se pode propor caminhos a alguém que compreende isso. Impor não: só nos resta, dada a contingência do resto do mundo, nossa própria liberdade - ainda que restrita por todo os determinismos possíveis. Que não se nos interponham restrições desnecessárias portanto. O Cris refutou em nome de uma Ditadura do Bom Senso, segundo ele algo que meu individualismo exacerbado pode negar somente por ignorância. A humanidade vai bem sendo limitada por dogmas, doutrinas e bom senso. Concordei, eu mesmo faço parte da manada. Mas é diferente estar conscientemente e inconscientemente nela. Aliás, essa é toda diferença. Para se cultivar vontades livres não se ensina que a dor de existir deva ser suprimida pela ida do rebanho em direção ao precipício. Se ensina que a dor é grande, insolúvel, peçonha colocada em nosso sangue desde o momento que somos fabricados. Só assim há possibilidade de liberdade de fato. Digo não a toda ditadura do bom senso. Que cinco bilhões de pessoas no mundo a aceitem e a prescrevam, continuarei dizendo não. Como negar esse que é meu único direito? Inclusive, aí o direito de tirar minha própria vida - não escolhi vir ao mundo, mas posso decidir quando sair dele. Se não há finalidade última, ou melhor, se não acreditar-se que haja, eu sou o parâmetro do mundo - do que me importa a opinião de pessoas piores? Claro que há muitas boas proposições em contrário, e hoje para mim Kant é o melhor exemplo. Mas ficam nisso, proposições. Quem as julga continua sendo este egoísta e limitado ser que vos fala. Bom, esse foi o resumo da conversa. Mostrei um texto que fiz durante a faculdade, postado posteriomente no nosso jornal. Arrogância. Sim, éramos arrogantes. Sou ainda. Arrogante por saber quão fundo é o poço no qual estou metido. O Diabo em forma de orgulho? Isso soa quase a elogio. Tenho problemas demais para considerar a opinião de alguém que não usa a cabeça que tem. Alguém carregará o fardo de minha existência por mim? Em absoluto. Arrogância, para mim, nunca foi um problema. 

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