- E ae, de que matéria cê mais gosta?
O pequeno pensou, pensou, foi pensando.... até que soltou, quase que entusiasmado, praticamente quando se resolve um problema com Báskara pela primeira vez:
- Feminino e masculino!
É mole? E o professor dando aula para marmanjos tendo essa fonte de sabedoria no bloco ao lado. Pensou seriamente em tornar sérios os planos de cursar Pedagogia. Continuou:
- Um, tá. Mas gosta de ler?
- Aham - já estavam nas afirmativas monossilábicas.
- E quantos livros leu este ano? - o português informal que desaparece só nos textos.
As duas palmas das mãos se encheram de dedinhos estendidos - a fase monossilábica ainda estava oscilante.
- Dez?!
- É! - sorrindo.
- Sério mesmo, ou tá me enrolando?
Veio só mais um sorriso do pequeno. Se ele tivesse quatro mãos quase certamente teria lido vinte livros. Ou ao menos isso era o que o cético professor suspeitava - esse é o problema do mundo, esses céticos que crescem e desacreditam de papai noel e vão se meter a dar aula de filosofia!
- Então gosta de ler? - pergunta repetida, resposta diferente:
- Eu gosto de Matemática! - outra descoberta, agora uma hipotenusa encontrada com os dois catetos.
É, enfim... soube-se, em pequeno espaço de tempo, novo significado para as palavras "feminino" e "masculino". É assim que surgem os aurélios. E professores de séries iniciais.
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