Ai ai... o mundo roda, pessoas antigas aparecem, pessoas novas desaparecem. Posturas e sonhos ficam e vão, emergem num sonho acordado ou num sono ruim. Queria ser como algumas pessoas que conheço, e isso é um problema, ou pseudo problema. Um problema porque me leva ao movimento, à construção de mim. Um pseudo problema porque, de qualquer jeito, me movo, me construo. Que parâmetros externos sejam importantes é trivial, que seja somente esta a importância nem tanto. Reinterpreto o mundo que recebo dos outros. A pergunta a ser feita é se reinterpretar é todo o possível.
As pessoas não são como aparecem nas fotos, nos textos ou na imaginação de terceiros. Mas é um culto tão aprofundado do eu que elas acabam se tornando virtuais. Comunicação tem uma premissa básica, alguém tem que querer falar e outrem tem que querer ouvir. Hoje é muita gente falando, postando, tagarelando sorrisos, momentos depressivos, posturas non sense, hards rock ou emos rock, intelectualidades profundas ou superficiais. Acho que estamos regredindo a uma adolescência eterna. São os jovens aqueles que tem muito a dizer e pouco a ouvir, muito a fazer sem saber como ou bem porquê. Lembro-me da minha irmã caçula indignando-se com o imperialismo americano (ou estadunidense, Rudah) aos 16 anos, e eu bancando o tio Fábio com 19 - me pergunto onde foi parar a indignação da pequena, sabendo ser somente uma pergunta retórica. Foi para o lugar que toda juventude encontra com o passar do tempo, o limbo do cotidiano e das necessidades primárias da vida.
Só que não gostamos disso. Não queremos perder a força poderosa que aparenta a juventude. Não gostamos de saber que já não podemos mudar o mundo, conquistar o amor único e verdadeiro, ser amigo de todos e construir pontes inseparáveis. A vida é mais complexa do que nomes próprios de poderes transcendentais adolescentes, ó crueldade. O que somos, aquela pergunta que nasce e morre na adolescência para a maioria das pessoas, fica restrita ao que parecemos devido à necessidade de estar presente, de falar, de pensar sobre, de ser um "não mais um". É tão difícil dizer o que somos porque o que somos é aquilo que construímos movidos por muitas, muitas coisas distintas. E uma delas, infelizmente hoje mais do que outras, se sobressai: a parecência.
Uma certeza tenho, nem todos nasceram para se tornar heróis. Me postulo se alguém nasceu algum dia para a função. Nem todos tem o que dizer, nem todos sabem pensar sobre algumas coisas, nem todos lerão filosofia um dia, nem todos construirão pontes. Nem todos tem algo interessante a acrescentar para a humanidade, e nem o melhor fotógrafo do mundo pode fazer com que um sorriso se eternize para além do álbum. As pessoas medianas deixam de ser medianas quando aceitam que o são. Quando não, passam à mediocridade ao invés de passarem à glória - aquela dos quinze segundos.
Sei lá, hoje to com certo asco da humanidade. Me incluo no rol daqueles que não tem nada importante a dizer - e me desculpe se você leu este texto até o final. Para compensar de alguma forma, a música que motivou este texto em seguida. Nem adianta buscar nexos causais claros, não os há. É sobre alguém que ouvia uma música nova, de um povo novo, de uma maneira nova, que dividiu no que dava, que se guardou no que deu, que segue sem saber destas palavras, que não tem facebook ou msn, que deve estar ouvindo algo novo hoje, que cuida da guria que tem, e que ficaria puto se eu continuasse a esquadrinhá-lo desse jeito. Portanto fiquemos só na música:
ps: como muitas vezes expliquei de maneira diferente neste blog, pau no *&¨%($$% das mentes bovinas, aquelas que seguem a multidão, aquelas que sentem medo do diferente, que se ressentem em ser mais um numa atitude orgulhosa de sou mais. Não sou mais do que ninguém, mas nunca fui menos. Sou só o que me construo. Meu critério para o jogo de lego nunca foi e nunca será construir um boi. Enfim, enfiem o bom senso onde couber.
2 comentários:
Apoiado!
O que eu realmente eu ainda não sei, já que, como vc mesmo disse, o texto não tem uma finalidade. Mas como eu eu ri em alguns momentos, já tá valendo! hhahahahahahahahhaha
E sim, estadunidense! hahahahahahahahahah
Abraço!
hauhaiuahiauhiua.... cara, isso sim é amizade, apoio incondicional.
:p
e o texto não foi engraçado íngua.
rs
abraços
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