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domingo, 25 de setembro de 2011

meio de algo que nada é


            A água tremeluzia, de leve, beirando o capim verde que se estendia por um longo campo. Pequenos arbustos salpicavam-lhe, espaçados por uma distância de quatro ou cinco metros. Da beira do lago o máximo que se via, a casa abastada pequena, acompanhada de pequeninas casas filhas não tão abastadas. Uma fumaça fina subia em direção ao céu azul, misturando-se com as nuvens que baixeavam naquelas bandas, e lhe contrastava os três morros de um verde capim, como aquele mesmo que sentia-se sob os pés. A planície que separava a casa grande do lago era satisfatoriamente tocada pelo vento – havia quase que um convite por parar por ali, aquele campo fresco, o rumo perdido, a finalidade sobreposta pelo deixar ser. O sol ameno, focando em refletir-se todo no lago, deixava mais ameno a parte gramada, o que era boa coisa.
            Ao longo da estrada, crianças brincavam de cavucar a terra; seus carrinhos faziam peripécias em meio aos montes urais do cerrado – volta e voltas no ar. Do lado de baixo, o milho que começava a pender, alguns colhidos pelo Armando para o jantar próximo. As casas se aproximaram depressa:

            - Ô de casa...
            - êpa... minutin.. chama o pai, que é gente de fora...
            - Arre.

            Veio aquele que mais tarde chamaria por Zé Magro, dono ali do capinzal todo. Sujeito alto, tez morena, bigode amansado e olhos fortes. “Arre” – perguntou. Zé Tonho deu resposta: “Sinhô não se aperreie, satisfação que devo pro dono destas terras de meu cumpadre... modo de que acampamos na estirada, pousar noite...”....

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