A água
tremeluzia, de leve, beirando o capim verde que se estendia por um longo campo.
Pequenos arbustos salpicavam-lhe, espaçados por uma distância de quatro ou
cinco metros. Da beira do lago o máximo que se via, a casa abastada pequena,
acompanhada de pequeninas casas filhas não tão abastadas. Uma fumaça fina subia
em direção ao céu azul, misturando-se com as nuvens que baixeavam naquelas
bandas, e lhe contrastava os três morros de um verde capim, como aquele mesmo
que sentia-se sob os pés. A planície que separava a casa grande do lago era
satisfatoriamente tocada pelo vento – havia quase que um convite por parar por
ali, aquele campo fresco, o rumo perdido, a finalidade sobreposta pelo deixar
ser. O sol ameno, focando em refletir-se todo no lago, deixava mais ameno a
parte gramada, o que era boa coisa.
Ao longo da
estrada, crianças brincavam de cavucar a terra; seus carrinhos faziam
peripécias em meio aos montes urais do cerrado – volta e voltas no ar. Do lado
de baixo, o milho que começava a pender, alguns colhidos pelo Armando para o
jantar próximo. As casas se aproximaram depressa:
- Ô de
casa...
- êpa...
minutin.. chama o pai, que é gente de fora...
- Arre.
Veio
aquele que mais tarde chamaria por Zé Magro, dono ali do capinzal todo. Sujeito
alto, tez morena, bigode amansado e olhos fortes. “Arre” – perguntou. Zé Tonho
deu resposta: “Sinhô não se aperreie, satisfação que devo pro dono destas
terras de meu cumpadre... modo de que acampamos na estirada, pousar noite...”....
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