Pesquisar este blog

domingo, 20 de maio de 2012

Aforismos



Trabalho da especialização... gostei! Primeira vez que fui avaliado assim, agora é aguardar o resultado.

1
Bomba atômica: razão unificada para o Mal. Consciência cega para a aprioridade da moral. Relativização do Bem de forma escancarada por um sujeito que é mais do que um mundo ordenado, porque não há ordem. Acima disso, e por tudo isso, o mote para o outro e a busca por um conceito de humanidade, um humanismo – construído que seja, a posteriori que seja: necessário.
 2
 Conhecimento. A diferença começa no falar, no mundo que outrora aquilo chamado “consciência” encontrava em si como conceitos de coisas elas mesmas que lhe tocavam. Mas falar é o falar de alguém sobre algo que se relaciona de forma única consigo (ou acaso sentimos o que o outro percebe?), e o próprio alguém é uma série de marcas deixadas por um fluxo – Parmênides se remexe na cova. Como ser igual, portanto. Talvez se houvesse uma constância neste fluxo... Quantos pressupostos seriam necessários?
3
 “Desconstruir o sujeito!” – me dizem, calmamente, com a maior cara de pau. O que não me dizem, no entanto, é como suportar o peso da liberdade em se construir a si próprio. Ao homem sem essência só lhe resta o desespero. Quiçá lhe surja a coragem do super homem nietzscheano e estará bem. Se não surgir, que se esconda atrás de um controle remoto, um casamento monogâmico ou uma cátedra que lhe fomente o ego – garantias de unidade.
 4 
A linguagem é um uso, e portanto relativa a grupos (usos) determinados. Mas não seria possível estabelecer os limites destes usos diversos, fomentando pela via negativa uma linguagem una? Que cada um ande de um jeito, o alemão compassado, o índio silencioso, o chinês apressado... todos movimentam suas pernas, seus passos são limitados pela fisiologia. A não ser que admitamos que pessoas possam voar ao invés de andar, não há porque não imaginarmos a possibilidade de uma linguagem una, um conjunto de regras que permeie todos os jogos surgidos em diferentes contextos.
 5
 Verdade: se há algo que deva ser desconstruído, eis nossa candidata ideal! Em nome dela os genocídios se fizeram e a crueldade se moldou com a loucura. Que se ensine nas escolas, desde sempre, quão frágeis são os discursos acerca de verdades supremas. Que se ensine que a vida é um valor absoluto por necessidade, não por lógicas e metafísicas quaisquer. Se os próprios valores são passíveis de desconstrução, optemos por fé, cega, surda e muda, pelo valor da vida humana.
 6 
Penso o mundo ou ele me pensa? Com tanta afronta à minha integridade enquanto sujeito, acabo crendo que nem sou eu.

Nenhum comentário: