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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Procura-se assassino

As autoridades procuram desde ontem assassino não confesso nas imediações das escolas do bairro. A família da alvejada, dona Curiosidade, prestou queixa nos altos tribunais criativos do Ministério das Utopias e Sonhos Distantes na tarde de ontem. Relatou a família que se tratou de morte premeditada e executada em pequenas doses. “Não descarta-se autoria coletiva”, afirmou o delegado do caso, Dr. Sócrates da Silva. O suspeito tem entre vinte e sessenta anos, de sexo indefinido, sabida inteligência (devidamente dogmatizada), hábitos incólumes e refratário a trabalhos árduos. Seus métodos foram estabelecidos já no início da investigação. Opera através do tédio, da acomodação e da resignação. Críticas à estrutura e apontamentos pontuais sobre impossibilidades foram encontradas jogadas num beco sem saída, e aparentemente são as armas do crime. O local do fatídico acontecimento é indefinido, mas há relatos de civis apontando para os jardins e floriculturas da cidade. “Fato que nos leva a seguir tal indício é o clima de medo e consternação apresentado pelas flores de alguns estabelecimentos”, esclareceu o investigador Antônio Ombros Largos. Nossa equipe levantou que flores de várias idades demonstram transtornos decorrentes do assassinato, desde comportamentos considerados impróprios à apatia nos momentos de desabroche. A investigação prosseguirá nas próximas semanas em sigilo de justiça, conforme determinado pelo Excelentíssimo Juiz de Primeira Instância da Ordem dos Formadores de Opinião e Cerceamento de Pensamento, Dr. Não Sei Eu de Nada. O Ministério do Interesse Público avalia entrar com uma petição para derrubar a medida, mas especialistas avaliam como difícil a reforma da decisão pelo Excelentíssimo Juiz de Segunda Instância, Dr. Não É Comigo. Aguardaremos os próximos fatos.


Um comentário:

Rudah A. L. disse...

Cara, sinte informar, mas este crime não tem solução fácil.
Há que se descer aos porões do submundo, e de lá soltar das amarras enferrujadas da dogmatização o adubo para estas flores, para que um dia possam ver o Sol.
Como?
Aí é contigo, malandro!


Abraço, meu jovem!