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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Requião para presidente

Eis aqui um link da Gazeta do Povo com a entrevista de Requião no lançamento de sua pré candidatura a presidente da República:

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=950408&tit=Pre-candidato-Requiao-defende-salario-melhor

Opinarei rapidamente, já que provavelmente haverá desdobramentos. Muitas pessoas acham Requião polêmico e despreparado, principalmente quando se relembra de suas declarações sobre os homossexuais ou seu apoio ao presidente Hugo Chávez. Inclusive, suas propostas contra o neoliberalismo tomam espaço na mídia de uma maneira demeritória. Ou seja, num primeiro momento, Requião nem de longe é o presidente que muitos sonham ter.
Mas me parece que esse tipo de análise é superficial. Quem riu das pregações de Requião contra o capital especulativo não riria novamente no momento, com a crise deflagrada justamente pela falta de controle deste tipo de capital. E nisso, Requião se aproxima de Lula: o capital especulativo deve trabalhar em prol da produção, pois é esta que realmente movimenta a economia. Aliás, a defesa de um Estado forte impediu que, por exemplo, a Copel fosse privatizada, sendo uma das geradoras e distribuidoras mais eficientes do país. Enfim, quem acompanha o rumo do governo no Paraná percebe um fortalecimento do Estado em detrimento de ingerências com finalidades especulativas. Não é o caso de negar a especulação financeira, mas sim limitá-la.
Não poderia falar sobre temas sobre os quais não domino, e no caso da análise de um governo me falta muito para chegar a uma verdade. Mas posso descrever o que vejo em volta. Quando entro na Uem e vejo a construção de inúmeros edifícios e outras obras de infraestrutura, aliados a informações sobre melhorias em relação às carreiras e a um debate sobre a função de uma universidade pública na sociedade, me lembro sem saudosismo algum de períodos de greve que chegaram a seis meses, ou de debates sobre mensalidades em instituições públicas. Enfim: um governo que se preocupa em fortalecer o ensino superior, que não rende votos como bolsas famílias ou asfalto mal feito em tempo de eleição, é um governo que merece uma análise mais profunda.
Bom, para não me estender demais, cito a postura de lançar candidatura por um partido dividido e demagógico. É interessante constatar que no lançamento de sua candidatura o governador Requião esteve acompanhado de Pedro Simon, e não dá "cúpula" do PMDB, que já vendeu o apoio à candidata governista mesmo sem consultar às bases, visando cargos e esquemas futuros. A pré candidatura é, sem dúvida, um tapa na cara destes senhores apoiado por todo bom peemedebista, aquele que sem cargo algum em alguma esfera do governo é partido nos bons e mals momentos e se envergonha de ter na legenda pessoas como Renan Calheiros e suas falcatruas.
Requião, por polêmico que seja, tem a possibilidade de capitalizar vontades do povo que nenhum candidato atual poderia, a não ser Marina Silva. O jogo começou a ficar interessante.

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