Ó grande sátira. Mas falta o ponto, a exclamação, a cereja. Falta realidade de olho. Falta que seja de frente, que se dê ganho de causa.
Mas não precisa, no fim. Basta se compreender as próprias exclamações. Basta o gabo. Basta a distância. Basta que de textos incontestes a realidade nunca se aproxime diferente. Porque textos vêem de realidades, e elas se distinguem. A vida muda? Isso não é necessariamente interessante, afinal....
Há no entanto algo que ligue? Talvez não haja. Quando valores são satirizados, eis aí um dos gêneros literários, não necessariamente ligações. Mais do que uma língua. Vontade aos que assim prezam fazer. Tempo também. E paz. Não de eloqüências e fazeres, destes estou cheio.
O sagrado é somente uma invenção humana? O ódio também? E paz... bom, quem sou para definições?
A mesmíssima vida de merda. O restante, é a partir daí que se constrói. E não abriria mão, é somente o que tenho. E mesmo se abrisse, seria uma volta àquilo que sou, pois é a isto que retorno, um círculo. Abrir mão? No tempo em que tiver que ser, para aquilo que tiver que ser, conforme o que tiver que ser. Egoísta, como a maioria dos seres humanos (pois há aqueles, ao que fazem parecer, que não são).
Até lá, pode ser pequeno burguês. Pode ser egocêntrico. Mediano ou enrustido. Pode ser rebanho, e a moral, e a fraqueza latente. Pode ser limitado, desajeitado e aquém. Apegado a pequenas crenças. Universalizando pequenas crenças. Cão de briga. Invejoso, complicado ou turrão. Façam a festa.
Que seja. Mas abrir mão? A própria matéria prima para sátiras já faz com que ocorra, estes textos que colocam cru o que sou. Isto foi escolha minha. E não virarei as costas ou abaixarei a cabeça por isso. Não sou tão bom ou ruim assim. Levantar a cabeça e encarar o adversário é, nestes casos, o único a se fazer, mesmo que os ombros pesem ou as pernas bambeiem. Independentemente do que pensam sobre você. Cão de briga, de nascimento.
2 comentários:
Citando: "um texto teu para ti mesmo". FABRETTI, M. ..., in Old Pink Dog Bar.
Ou to errado?
Abraço!
PS: parace desgostoso para com a vida, desanimado, quem sabe...
pelo contrário: é a própria afirmação da vida que se faz presente.
citou bem, pelo estilo, huahiuahaiua
abraço
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