Poderia falar sobre a aula neste texto. Mas não vou. Não que a diferença entre a primeira e a segunda crítica, a definição dita nominal e aquela chamada real para que se possa caracterizar os conceitos puros do entendimento, ou os nuances da distinção entre validade objetiva e realidade objetiva não sejam interessantes. O que quereria dizer quando se afirma que o conceito tem consonância com o objeto, que ele tem realidade objetiva, que ele tem validade objetiva?
Bom, mas não escreverei sobre a aula. Reduzido seria o número de pessoas que entenderiam, menos ainda aquelas que dariam algum valor de fato. Escreverei sobre os entremeios, se me permitem a má definição. E aqui, busco me despir dos dogmas como fui nesta manhã, ainda que talvez não alcance o grau que quero. Mas palavras sempre serão limites, ao menos para mim, que não sou Drummond ou Saramago ou Guimarães. Mas ainda sim, grilhões que sejam, prendem de mim algo que a memória um dia esquecerá. Por isso escrevo.
Todas as afirmações que geralmente tenho para me explicar no mundo, ou meu fazer no mundo, foram derrubadas uma a uma. Não é para soar dramático, aos que assim compreenderem não me conhecem de fato. Toda vez que tenho os fundamentos de minha perspectiva do mundo derrubados de maneira decente, me sinto aliviado. É como o acordar do sonho dogmático, em escala bem menor, resumida ao mundo deste que vos fala – não conta muito para humanidade, e seria um problema se quisesse audiência. Isso não implica que aceite toda e qualquer crítica: nas não decentes, para ficar em termos meus, eu desço o pau. Mais uma vez, não levem a sério a presumida agressividade deste autor: descer o pau é nada mais do que sentar à frente do meu interlocutor, olhar em seus olhos e perguntar por que ele pensa daquela forma, me dando o direito de não aceitar nada que a mim não parece suficiente (subjetivismo que remeteria a uma moral? Não sei bem, mas não é problema agora).
Voltando ao alívio, pessoas que me provocam são interessantes, e realmente me sinto aliviado quando conheço uma delas. Por que do alívio? Imagina se fossem egoístas ao ponto de não pensarem no outro, no caso eu, e guardar seus pensamentos somente para si? Me debateria sozinho, e acabaria me firmando numa crença qualquer, manias ou vícios, me limitando por falta da perspectiva do outro. E hoje me senti assim, como há muito não sentia.
Primeiro ponto: eu ostentei, inclusive neste blog, o papel da filosofia como instrumento de salvação da raça. Meu ponto principal sempre foi o fundamentalismo religioso, a crença que mata em nome de princípios subjetivos. Não que eu mesmo não tenha criticado tal posição, me lembro até hoje duma aula com o professor Evandro na prática de ensino onde parecíamos inquisidores do bem, vejam quanto a religião é uma supressão de nossa humanidade ou morram, malditas pessoas sem formação crítica. Deste mal estou vacinado. Desde aquele dia germinou em mim, e cresce até hoje, a certeza de que nossas certezas são sempre subjetivas, ainda que tenha pretensão de objetivá-las, ainda que tenha boas intenções, ainda que considere as certezas oriundas da filosofia as melhores por me darem menos certezas. Isto ainda, no fim, é uma crença também. Então como julgar a crença alheia?
Mas como dizia, coloquei e coloco ainda a filosofia com bom instrumento, pois ela me garante, assim eu pensava com mais firmeza até hoje de manhã, o processo crítico que me livra da maldade que surge em mim. Ela é um instrumento poderoso, a razão. Pensar em como usá-la é algo que, me parece, eminentemente filosófico. Por isso, creio ter achado um ponto de equilíbrio entre a crença do outro e minha própria, justificando minha ação sem suprimir o outro. Mas vieram as indagações. A razão garante alguma crítica? A razão existe de fato como você quer moldá-la? Propor um sistema filosófico não é um dos maiores atos totalitaristas que um ser humano pode cometer, subjulgando a realidade a algumas ideias que deveriam ser tomadas como verdadeiras para todos os seres humanos? E quando a razão buscou justificar a morte de judeus, índios, pessoas contra o sistema?
Adendo: não sou ingênuo ao ponto de ter desconsiderado estas perguntas até agora. Mas o que quero e talvez me falte capacidade para passar é o contexto. Porque se sei que a razão é mero instrumento, não poderia dizer o mesmo se me pedissem para justificar esta fé na filosofia, que de tão pronto associo com a racionalidade. O que garante este processo crítico que tanto prezo? Aquilo que faz com que nos respeitemos enquanto seres humanos, possamos ver no outro nossa face refletida? A resposta nunca foi a razão. A resposta, bem mais simples, é a humildade. Humildade de mestres, doutores, sitiantes, pessoas que não tiveram como estudar: não Wederson, conhecimento não condiciona a ação para o bem. O que a condiciona é este sentimento de respeito que transcende parâmetros racionais e religiosos, e faz com que eu saiba que não serei queimado em praça pública por dizer que Deus não existe. Há, no entanto, aqueles que me queimariam. A eles, diria o professor, lhes falta humildade. Fujo com ela de toda forma de totalitarismo, inclusive os dos doutores e sua arrogância, que às vezes é tão minha.
Se errei na forma, não errei o princípio. Sempre foi isto que busquei, só não sei por que raios insisto em associar com a filosofia. Quando o professor explanava, me lembrei de alguns professores de graduação e vi quão falaciosa é esta minha indução filosofia-respeito. Cada vez mais próximos de deuses do mundo. Não, não é na filosofia que encontrarei o que quero. Ou é cedo para assim propor? Coisas a se pensar.
Ponto dois, intrinsecamente ligado ao um, o papel da filosofia no mundo acadêmico. É justo a um aluno que se peça análises originais acerca de obras de grandes filósofos e que se chame isto de história da filosofia? É justo para os professores lerem teses e mais teses da mesma coisa, releituras e mais releituras, nada que alguém que queira se interar sobre um assunto pudesse ler mesmo que destinasse a vida para isto? É justo para a filosofia que cabeças menores usem das cabeças grandes e seus pensamentos originais para transvestir seus próprios pensamentos em pensamentos de outrem e fazer filosofia pequena escondida em análises dos grandes? Porque se esconder atrás de um rótulo, professor de filosofia, ou historiador da filosofia, se o que realmente se quer é FILOSOFAR, pensar o mundo, dar a própria contribuição? Se fosse de fato história da filosofia nos ateríamos aos textos, não à pilha de pessoas que escrevem algo sobre os textos e que incutem neste algo as mais diversas intenções.
Disso tudo, por que estou fazendo um mestrado? Pelo título? Por um condição financeira melhor? Nestas horas me dá vontade juntar-me aos melhores homens úteis da sociedade e ganhar um salário que pague o casamento com as duas irmãs chinesas. Quem sabe a diplomacia, pois não.
5 comentários:
"Quem sabe a diplomacia, pois não"!
Li o texto, pensando em não comentá-lo agora por achar que numa mesa de bar seria melhor (por mais que demore até podermos tomar uma gelada juntos novamente), mas depois da última oração como poderia deixar de comentar?! hahahahahahahahahahahaha
Quanto ao lance do amor descabido pela filosofia para formar opiniões... Sendo simplista (e hj serei assim no geral (quem vê pensa que levo às últimas consequencias tudo que critico... hahahahahhahah)): cara, a gente é formado em filosofia, nada mais natural crer que ela pode mudar o mundo dado o grau de criticidade que aprendemos ter durante nossos 4 anos de facul. Imagino que seja muito mais difícil para um zootécnico pensar sua posição no mundo e a posição dos seus semelhantes levando em consideração o conhecimento que sua graduação lhe deu, e perceba-se que não desmereço a Zootecnia, somente uma função diferente. Supostamente nosso curso deveria formar formadores de fundamentos, por isso cremos que seja possível mudar o a condição ruim dos nossos semelhantes com a nossa tão estimada Filosofia. Mas como afirmo, é crença. Ninguém garante, como numa certeza matemático-científica, que é ela é O instrumento que salvará o mundo. Nos nossos limites podemos tentar. Não sei se me fiz claro ou se entendi direito o teu primeiro problema. Me fiz claro? Entendi o problema? (não há ironia aqui, dúvida mesmo)
Quanto ao segundo problema: pois é, quando li a introdução do J. Marias para passar pra molecada, vi lá o lance das verdades filosóficas (inclusive pus uma questão na prova pra eles sobre isso... e preparar prova é um saco!!!) e como elas tendem a evoluir na medida em que um autor analisa a história da filosofia e tenta avançar na busca de uma verdade maior (universal e talz), por mais difícil/impossível que seja. Daí com um conhecimento raso da história da filosofia, só o elencar os nomes dos grandes filósofos consome um tempo fodido pra caralho. Ler as principais obras de todos (ou mesmo o top10), entendê-las, criticá-las, aceitá-las ou rejeitá-las e ainda criar algo diferente para que possa contribuir na empreitada da busca infinita da verdade (entre tantos problemas que a filosofia não soluciona por completo), me parece um trabalho hercúleo. Digno de grandes mentes. Daí lá pelo século XVIII-XIX, o academicismo toma conta de tudo, as ciências são divididas (e anos mais tarde sonha-se com uma interdisciplinaridade...) e até a filosofia ganha seu enquadramento acadêmico que conhecemos bem. "Leia os grandes nomes, leia os comentários sobre os grandes nomes e copie algo razoavelmente novo sobre os comentários. Pensar por si e contribui de fato não é algo que se deva fazer. Jamais! Entretanto alguém, algum dia escolherá algum ser iluminado e dirá que ele faz filosofia, pois ela não pode morrer. Mas não pense que este será você. Não! Nunca! Somente comente". Algo mais ou menos nessa linha. Se ao menos pagassem bem para se fazer isso, já seria outro coisa. Mas não... filósofo hj só viaja na maionese, só eles entendem oq falam. Não precisamos receber muito pra isso.
Nesse sentido, não discordo. Não há, de fato, muita formação de opinião. Não cumprimos nosso papel, não merecemos receber por isso.
Claro, há um contexto MUITO maior que este reducionismo barato e parcial que expus ali. Mas não é mentira.
Sei lá, enquanto leitor de filosofia (e graduado, pq não?!), penso no dia em que olharão minha obra e dirão "nossa, essa foi um marco para tal coisa..." ou qualquer coisa nesse sentido que me ponha no hall dos grandes nomes que se limitam a ser comentados hj. Mas não é obra simples. Acho que é mais difícil que entender as duas CRPs do Kant.
Tentaremos? Bem provável que não sei! hahahahhahahahhahahaha
Meu problema hj não é esse. A tua realidade se aproxima mais disso.
Deixemos a história dar seu parecer. E se for ruim, matê-mo-lá! hahahahahahhahahahaha
Abraço!
bom, meu caro, sobre o primeiro ponto, sim, tu te fizestes claro. o que eu posso acrescentar é que talvez a questão não seja de se mudaremos ou não o mundo. se tentarmos, com certeza o faremos, mesmo que em escala insignificante para os grandes compêndios de heróis da humanidade; e isto, certamente, usando do que aprendemos na filosofia, nestes tempos de graduação. Mas se ambos aceitamos de bom grado a possibilidade desta ação que pode vir a ser no mundo, inclusive qualificada por nossas perspectivas pessoais (que no nosso caso em específico é formada tb pelas discussões filosóficas com as quais tivemos contato), já não poderia dizer, e eis o problema, que é um ponto pacífico para mim a legitimidade de dada ação sendo garantida pela simples posse das discussões supracitadas. em outras palavras: ok, temos filosofia, podemos agir no mundo, teremos um agir condicionado por ela, mas não só por ela... e isto NÃO IMPLICA que de fato nossa perspectiva seja privilegiada. O que motiva e qualifica nossa ação não é o fato de sermos graduados em filosofia, pelo menos primordialmente, ou todos aqueles que fazem zootecnia não poderiam ser dignos de mudanças. Concordo contigo sobre termos uma visão peculiar sobre a natureza do homem, que o zootecnico ou zoologo ou zoo o que se chamar quem se forma nisto não tem; mas ele pode agir de forma boa com relação aos semelhantes como nem toda a nossa sala de graduação junta consegueria, para exemplificar com extremos. Não só a filosofia não é O instrumento por falta de garantias, mas também porque simplesmente não é. Não precisamos da filosofia pra mudar algo, ela influencia em nossa vida somente por acidente. Somente concedendo este argumento é que me vejo, ou nos vejo, saindo de uma pretensa arrogância ou vontade totalitária.
já quanto ao segundo ponto, cabe esclarecer que há quem fale abertamente em fazer filosofia, como é o caso do professor paulo faria aqui na urgs. é, de começo, uma posição mais limpa, mais decente. o problema todo n é nem saber se teríamos ou não capacidade ou possibilidade de contribuir de forma original para a história da filosofia, mas o pq não tentar contribuir ao invés de ficar se escondendo num cargo de professor comentador. Uma outra coisa interessante que notei em tua fala e coloco o contraponto é com relação aos vencimentos que não deveríamos receber por algo que não fazemos. O professor que motivou este meu texto diz algo distinto: devemos receber bem, os filósofos; ao estado é melhor pagar cinco professores que não fazem nada em quinze anos e do nada pensam em algo novo (claro que qdo cito nada em quinze anos não isento de transmitir o conhecimento adquirido com o cultivo dos textos filosóficos em si, o que seria de grande valia para os alunos) do que pagar 25 professores que ocupam cátedras sem de fato significarem algo para esta terminologia: grande coisa que eu entre ná cátedra de ética de universidade x, se para a ética mesma eu n contribuir em nada. Mas claro, mais uma vez o professor falando: seriam cinco professores com q.i. acima de 100, que não veem função em escrever artigos e mais artigos sem que haja algo de fato novo... de que mundo estamos falando? fica claro que de um ideal. talvez dele eu mesmo estivesse excluído, caso se desse. mas uma coisa que não duvido é que a filosofia deve ter espaço, e bom espaço, quando é de fato filosofia, e não salvadora da raça, conscientizadora de muleques de 15 anos, ou releituras enegésimas de platão, aristóteles ou kant, pra ficar nos clássicos. e justamente pela filosofia cumprir seu papel neste mundo ideal, poder-se-ia buscar com mais verdade caminhos para transformar o mundo, e ae parece ainda mais próxima a idéia de humildade do que a racionalidade filosófica.
bom, creio que só embolei mais as coisas... :p
mas antes um problema bem colocado e não resolvido do que uma solução nissin miojo para problemas superficiais.
abraços
bom, mudando de saco pra sacola, pensei num exercício para os TEUS alunos, (hauhaiuhaiuhaiuhaua), pois o professeur hj é vc! seria assim: ao trabalhar textos de filosofia, ir frase a frase, como nossos professores... MAS (que ainda não to loco pra me livrar de conjunções bem colocadas depois de asserções ruins) ao invés de ser vc o foco de interpretação, que sejam os próprios alunos. Por exemplo, peguemos um páragrafo das meditações e vamos indagando o que quer dizer o tal do descartes de chambre ao fogo, huahaiuhaiuhaa...
tá, tira a parte do chambre e do fogo.. mas vc só vai perguntando o cntexto de cada frase. o que quer dizer, quem poderia ter dito, pq isso seria importante, enfim, coisas que se esperam de quem lê filosofia mas que geralmente passam despercebidos. E se pá vc poderia utilizar uns nonsenses, umas intepretações furadas só pra ver a reação dos alunos e motivar correções deles em vc. seria mais ou menos isso... o segredo seria textos de filosofia curtos com um método pró-ativo de interpretação por parte dos alunos, no qual tu serias somente um mediador e, eventulmente, um "acrescedor" (se é que existe) de informações. mas como pensei nisto indo dormir, não te digo que é muito confiável. óbvio que eu nunca tentei, hiauhaiuhaiuhauia
abraços
No fim não discordamos. Só dissemos coisas semlehantes de modo diverso.
Eu creio tbm que um zooqualquercoisaquecaibaaquiparadescreverquemégraduadoemzootecnia possa de fato mudar, sendo sucinto, o curso da história. Teoricamente temos uma posição privilegiada para tanto, mas não que de fato o faremos ou que o zooblablabla não o fará. É aquele velho lance: muitos grandes nomes da história da filosofia não eram filósofos como tradicionalmente aceitamos o termo, vide Adam Smith.
O caso da arrogância... cara, sempre haverá aqueles malditos que curtem a torre de marfim. Fazer oq? No fim, cada um sabe do seu (e se alguém interferir indevidamente no meu toma soco! hahahahahahahahahah)
Enfim, eu acho que filósofo (ou professor de filosofia... como queira) deve ser MUITO bem pago, sobretudo se contribuir efetivamente para uma mudança. O meu problema é a "exclusão" da discussão filosófica, ou o vangloriar certas outras atividades que nem são tão fodas assim. Não me canso de repetir o velho exemplo europeu (pelo menos oq me passaram sobre a realidade francesa): médico na França é profissão de "técnico", não tem o status que tem aqui por exemplo, lá, quem faz filosofia (ou ciência política e afins), tem um status muito mais interessante. Mudar a realidade da educação já seria um bom começo. Mas daí me pego no problema que ocorre com meus alunos (e já ocorria em nossa época de alunos do ensino médio), além de ter de ensinar o conteúdo, o professor tem de educar as crianças, e esta não é nem de longe função do professor, vem de casa. No fim, em resumo: filosofia é, talvez, o melhor instrumento para mudança da realidade, porém não o único. Professores de filosofia deveriam ser mais bem pagos e respeitados. Os pais deveriam melhor educar seus filhos.
Talvez tenha fugido um pouco do foco da discussão, mas nada que não seja permissível num blog... ahahhahahahaha
Quanto a tua proposta de atividade, já tinha pensado nisso. Funcionaria maravilhosamente bem , assim como todos os 98743218976132189765121321897461 jogos inventados pela Natália para trabalhar com a molecada. O problema é que este tp de atividade não funciona. Eles são selvagenzinhos com uniforme escolar!
Um dia isso talvez seja possível.
De qualquer forma, agradeço a dica de atividade.
Abraço!
Bom, quanto ao exemplo da frança, conversei ontem mesmo com o Cris, que é o rapaz francês hospedado aqui, e o assunto foi para o lado da comparação entre os sistemas educacionais, dentre outros. O que ele me passou é algo distinto do que ocorre aqui: primeiro, como ele disse, com quinze anos os alunos lá já são sérios, sabem que o futuro profissional está envolvido. Mas o sistema ajuda e muito: primeiro, porque lá há uma especialização já no médio, como aqui ocorre com as escolas técnicas... se vc gosta de matemática, vai pras matemáticas; quando disse que aqui é todo mundo junto, ele me apresentou, surpreso, algo bastante coerente: como poderia pessoas de níveis diferentes e interesses diferentes renderem num grupo? é absurdo, segundo ele. segundo, qualquer aluno que queira atrapalhar a aula simplesmente é tirado da turma; tipo, "amigo, se não está satisfeito vá pra outra área, na minha aula de filosofia vc n ficará". e como não há vestibular para os preparatórios, só pra um nível maior, o currículo e as notas dos alunos é o que tem para conseguirem uma vaga... logo, se vc quer fazer medicina e não tiver sido alguém bom, simplesmente não terá currículo para tal. e terceiro, a autoridade do professor é autoridade. lá, segundo eles, se o professor decide tirar alguém da sua turma (nao é da aula, é da turma mesmo), os pais vão pedir (e não mandar) pra reconsiderar, e geralmente não conseguem.
portanto, há respeito pelos alunos, oferecendo aulas conforme os interesses, e respeito com os professores, pois lhes dão autoridade para cobrar os alunos a partir dos quinze anos sobre os cursos que escolheram fazer.
só sobre o salário: eles não ganham necessariamente bem. seriam classe média baixa média aqui.. casa em subúrbio, carro financiado, etc... a única coisa que diferencia daqui é que os professores universitários não são deuses, que devem ganhar bem mais do que os outros. eles são somente professores, e o estado, nas palavras do cris, "não tem dinheiro para pagar salários absurdos para uma classe quando falta dinheiro e emprego pra tantas outras pessoas". claro que, no contexto dele, é outro nível. professores não são deuses, mas não são reles mão de obra. é uma boa posição. e vê-se bem que a educação deles é diferente, pela conversa-se com um francês sobre certos assuntos.
e que história é essa de permissível num blog? tá loco? hauhaiuhaihaia... vem falar de averróis aqui pra ver, hauihaiuahiuaha
abraços!
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