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sábado, 6 de agosto de 2011

Óoooooooooooooooooooooooooooooooooooooo :p

Estava eu voltando da Restinga num ônibus vaziosinho (dado que desci do R10 três pontos depois de entrar devido à não consideração de meu corpinho como uma sardinha) e, recostado no cano lá atrás, tomando um vento, noto dois meninos sentados no mesmo banco ao lado da mãe, que ocupava outro. 

- Ó o caminhão!

 E eles se expremiam na janela para ver o dito cujo. Sim, vocês não estão lendo que sua surpresa era devido a um alien, a uma mulher semi nua, ao time do Grêmio ou Inter desfilando em carro aberto. Era um caminhão, sem a carreta ainda por cima. 

Dae comecei a observar, postado estrategicamente na diagonal atrás. Pareciam irmãos, tinham idades próximas, ao menos indicava a estatura e o modo de falar. E, principalmente, uma cumplicidade exuberante a alguém que já vai ficando velho (hoje, na escola, cantaram parabéns a não sei quem, ouvi de longe. Agradeci que meu aniversário é no período de férias, lembro da morte em cada dia que passa, não preciso de data exata para comemorar isto. Qual minha surpresa quando volto à sala do parabéns e me dizem que era um parabéns coletivo, do antes e do depois! Maldita criatividade...). 

Os dois rapazinhos e seus 4 ou cinco anos, talvez mais, estavam maravilhados com o passeio de ônibus na janela, como, literalmente, nunca tivessem andado em outro ônibus na vida, ou feito aquele percurso, ou visto o mundo que viam neste percurso. Sim, mundo! Porque "caminhão" foi só a primeira coisa que ouvi de muitas e muitas exclamações.

- Ó o homem no telhado!

- Ó o carro!

- Ó o cachorro...

Foram tantos ós que faltaria alfabeto. Mas ós tão verdadeiros, entrevoltos em risadas e sorrateirice, que poderiam se perpetuar para sempre. 

Os pequenos até na curva do ônibus se divertiam. Um brinquedo de parque de diversões, não fosse um coletivo. 


Se nós, professores, não pudermos trabalhar com essa curiosidade inerente à criançada que se apresenta num banco de ônibus, vamos trabalhar com o quê?

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