26/09/2019
Que exista um céu, e que este céu seja uma luz que ilumina um parquinho com crianças que desforram pela noite a brincar, pois não há em verdade nem dia nem noite, somente luz e o riso pueril.
Que exista um deus, que seja ele e ela, que se transfigure em orvalho pela manhã e poentes nuvens rosadas ao anoitecer. Que esteja em nós em em tudo o mais, que possa ser tangível como a pequena mão dada por um filho: quente, suave, viva e repleta de amor.
Que os dias tenham sentido para todos os sentires e que todos os sentimentos tenham vazão e façam do dia, senão divino, ao menos angelical. Que o inferno seja analogia boba com a solidão e de nós se afaste porque não estaremos sós, há o mundo e tudo o que há nele e tudo o que há em nós e o tudo que somos mundo.
Que a bendita luz de uma praça qualquer ilumine o caminho que lhe caiba, mas não se furte também de iluminar rosas, poesias e afins (os pipoqueiros, palhaços, almas apaixonadas e corações à procura de uma estação que lhes encante).
Que haja, nos confins e afins, um sorriso como o dela, olhos, boca e mãos, ouvidos, trejeitos e defeitos, replicados num céu cintilante que brilha e rebrilha num piscar de olhos (que não damos afim de mais admirar).
Que haja força, e os joelhos que se dobram possam ainda suportar.
Que haja fé, e o mundo pelo qual se luta não se torne uma luta vã.
Que haja a coragem, pois aos fracos só isto lhes resta e nada mais tem tanto valor.
Levanta e anda. Caia se precisar.
Levanta e anda.
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