Sê um Sol. Quente, acolhedor, alegre. Mostre o lado bom
das pessoas, aquele lado que aparece com a luz. Motivo do sorriso que aparece
quando os raios de Sol tocam a face numa manhã fria. Sê o lugar que as
pessoas procuram no pátio para se aglomerar, aquela frestinha onde a luz toca o
solo e quem nele estiver. Sê o Sol para teu filho, grande, forte, imponente.
Caloroso. Ilumine seu caminho. Mostre a ele que sempre há um outro dia, mesmo
que haja a noite. Que, faça chuva ou tempestade, você estará lá para ele. Que,
qualquer seja sua dor ou escuridão, você estará lá para ele. E assim para todas
as pessoas que te cercam.
Sê a luz. Mas evite queimar perto demais. Guarde
tuas explosões dentro de si, ou as libere num jogo de nebulosas que possam
lidar com elas. Se queimar demais, machuca. Quando machuca, não tem volta. Então
sê um Sol carinhoso. Nenhum astrônomo algum dia provou que Sóis não o podem
ser. É um exercício talvez difícil e que demande uma atenção constante, mas é
assim que tua luz poderá ser dádiva.
Quando você mesmo estiver na escuridão, quando se dissipar
teu calor e caminhar para uma vida de anã negra, lembre-se que sempre há outros
Sóis na tua volta, compartilhe de sua luz. Recarregue tua energia, vivencie a
escuridão, e volte a brilhar devagar. Aprenda a te perdoar se machucou alguém
no caminho, peça perdão. Ainda anã, emitirá calor. Guarde então para aqueles
que não podem viver sem ele. Gire e gire e gire. Nenhum astrônomo provou algum
dia que estrelas não passem de grandes pilhas recarregáveis do universo.
Sê um Sol. Esteja aí. Brilhe. Aproxime. Te permita seguir
sem rumo numa explosão colossal da qual nunca saberá bem ao certo se tem
sentido. Talvez não haja sentido algum. Talvez haja somente o calor e a luz que
emana aqui e agora. Cuida que, sem perceber, a busca por sentidos pode se
tornar mais importante que o caminho. Cuide do caminho, e de quem o percorre
contigo.
Sê o Sol. Um dia, talvez, tudo realmente faça algum
sentido. Ou não. Mas terá valido a pena cada sorriso que cultivou.
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