Pesquisar este blog

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Sociedade dos poetas mortos

 Cada turma que temos nos toca de um jeito ou outro. Acho que a dádiva em lecionar é não existir imparcialidade, objetividade, frieza; existe gente, que ri, canta, chora, briga, desbriga, ama, desama, afasta ou conforta. E são tantas histórias! Cada aluno com seu pequeno mundo, cada mundo tocando o outro em cada palavra, em cada gesto. Pequenos e ricos mundos de seres humaninhos se projetando no presente, potência se transformando em ato, vontade que rompe a inércia. 


Pois bem, meus queridos. Vocês, com seus mundos e sorrisos, tocaram a mim de forma única. O ano de 2019 não foi fácil para este humano com um pouco mais de experiência que sentou-se em nossa távola redonda. Mas lecionar para vocês me salvou, muitas vezes, meus caros cavaleiros. Sei que pode soar injusto, como poderia um professor depender de seus alunos? É ele quem deve ser fonte e morada do conhecimento que ali estão para aprender, não? Certo, impávido, sem defeitos ou falhas.  


Pois dependi, senhoritos e senhoritas, e toda minha humanidade esteve à mostra, minha finitude, minhas limitações, meus medos; a Filosofia voltou a ser vivida e não somente conceituada. Como poderia sentar à frente de vocês e ser menos do que fui? Não, me cativaram a dar o melhor que pude, ainda que tão longe dos ideais pelos quais me cobro. Não poderia ser menos paciente, cuidadoso, vívido, sincero com vocês.


Hoje, pós formatura, ainda tenho na memória seus rostinhos felizes recebendo o diploma. Só posso agradecer. Muito obrigado. Minhas tardes de quarta foram doces e leves. Espero que voem, meus queridos. Vocês podem tudo.


*Texto dedicado aos queridos formandos de 2019 da EMEF Senador Alberto Pasqualini, de Porto Alegre, por me propiciarem os momentos mais doces que um professor pode almejar. 

Nenhum comentário: