Pesquisar este blog

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Em dia de chuva, Trovão

 


Na luz amarela e quentinha do aquecedor ele dorme. Sabendo que chove, pois chuva tem cheiro e tem som, ele se refugia em em seus sonhos caninos em campos longos e verdes, cheios de cães conhecidos e desconhecidos, onde pode correr à vontade do seu jeito travesso e serelepe. Me tem, quase certeza, também nesse sonho, como lugar para voltar quando se cansar, fugir de uma briga ou só dar um oi numa lambida rápida e uma caudada faceira. Desse mundo só dele um ronco ou fungado eventualmente acaba perspassando pra este mundo gris e molhado que é aqui fora. Eu, enternecido, cuido em silêncio, enquanto "aulas" de Ética (seja lá do que o gênio de plantão que gerencia minha rede queira chamar) se esquadrinham na tela do computador. O chá, o silêncio, a flor desabrochada na janela... e ele, deitado, sonhando, ser infantil e doce. Que alguma filosofia saia daí, ou ao menos contemplação. É um começo.

Nenhum comentário: