Pesquisar este blog

sexta-feira, 26 de março de 2021

Quando eu for grande...

Lendo Cascão e a necessidade de dinheiro para uma invenção, ele me interrompe:


 - Papai, sabe quando eu crescer e for aquelas pessoas que criam regras...

- Ã... 

- Eu vou criar uma regra boa para todo mundo.

- Ã...

- Eu vou criar a regra que todas as coisas serão de graça, para todos do planeta, desse planeta aqui, ó - aponta para o chão. 

- Tá. Espero que logo vc se torne essa pessoa - sorrio. 

Pois ali meu pequeno herói universaliza o bem que pode e ou deve ser feito, se propõe como ator protagonista, legislador pensando em como melhorar o mundo, antecipa uma luta com o mundo que nós, adultos, sabemos ser real, doída, menos glamourosa.

Meu papel? Só pode ser ajudar este ser a não esmorecer, ensinar que ache seus caminhos, dar-lhe instrumentos para a empreitada, dizer "Vá!" e, se precisar, "Volte, descanse, amanhã vc tenta de novo".

Vamos tentando. A responsabilidade é grande. Nossa humanidade é pequenina, falha, errônea tantas vezes, mesquinha outras tantas. Mas nessas horas, talvez, ela também seja uma humanidade de entrega, de redenção, de uma eterna construção entre idas e vindas, dores e alegrias, abraços e despedidas, nós e o mundo nos moldando mutuamente sem receita universal, somente exercitando nossa liberdade perante tudo o q nos aflige, colhendo momentos presentes que nos garantem, talvez, a sensação de uma existência plena, ainda que na falta, na incompletude que nos assusta e espanta.

O que mais sobra a um pai? Sigamos. 




Um comentário:

Aline disse...

Que essa geração ajude os adultos a imaginar - e criar - um futuro diferente e mais (bem mais) colaborativo e solidário