Dar a quem amor perdido,
se amar é começo de torta,
que requentada muda de tom?
Dar a quem, este amor bandido?
Por três contos de réis entrego,
mas que seja em honoráveis mãos.
Dar a quem o meu eu doído,
ressecado por longa geada,
germinando uma nova estação?
Dar a quem trova bonita,
pedaço de minha lida,
lápis, caderno e borrão?
Dar a quem vai me faltando
vou por isso recortando
minha vida em narração.
Pois quem quer que venha a ouvir,
saberá que houve aqui,
contador de profissão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário