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terça-feira, 2 de julho de 2019

Sobre vozes e almas



Basta! Basta de teus olhares, sorrisos e afins,
de análises da doçura de tua voz
ou da candura de tua alma.

Basta, que terminem os poemas, crônicas e cartas de amor,
ou quaisquer gêneros literários que favoreçam o apreço
ou pelo qual possa contar uma versão de ti.

Basta, e que todo reino tenha notícia de que te velo ao invés de desvelar,
encubro tua face e ignoro tua beleza que nela transcende e te evidencia em meio de tanta solidão.

Basta, e que meu coração não me faça um motim,
que coloque num cofre apertado o que ele chama de amor
e entregue a chave numa caixa postal aleatória em terras distantes.

Basta-me desse ser pueril que tudo quer e nem sempre pode,
dessa adolescência tardia que se propõe e se doa com a facilidade de um abraço.

Basta, que venha o amor e não arremedos, idealizações ou imagens.

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