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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Papaizeando

Arteiro como um menino de quatro anos geralmente é, faceiro ao interpretar seus personagens favoritos, matreiro quando vê que a manha não ganha o pai e busca outras formas de convencer. É injusto que por vezes minha vida adulta se confunda com a dele, e tenhamos rotinas e imprevistos. Deveria, houvesse um deus criança, uma licença poética-prática para que adultos retornassem à infância de seus filhos, deixando o cinza de suas vidas numa redoma adormecido. As cores de seu jardim me tocam e colorem meu dia. Meus meio tons também o tocam e decerto que algo assimila. É assim ser pai e filho, uma troca constante que independe da vontade para ocorrer. O que a vontade determina, num grau ou outro, é a qualidade da troca. Pode ser mais gentil ou severa, doce ou amargurada, com um cafuné e uma canção de ninar ou um olhar frio. Eu escolho ser gentil. Que me inunde essa infância e olhares e risos de canto de boca, porque, clichê que soe, um "papai, eu te amo" é maior que o mundo.

2 comentários:

Ana disse...

É tão bom ler esses registros de experiênciasve aventuras de pai e filho...me leva, em pensamento e grande emoção, ao tempo em que meu filho era pequenino e também vivíamos muitas divertidas, queridas e ricas vivências. Demais! ☺️��

Karen Triches disse...

Lindo texto! Fico me culpando por ter que cumprir rotina e muitas tarefas, quando preferiria simplesmente brincar! Parabéns